quinta-feira, 4 de outubro de 2007

"Assim como são as Pessoas, são as Criaturas"

O ser humano é um troço curioso. Sua capacidade de adaptação é incrível, seja ao meio ambiente, ao clima, as pessoas, as regras, enfim, tudo a sua volta. Nesse processo, obviamente o ser humano define seus próprios conceitos, padrões, valores, geralmente em harmonia com tudo a sua volta. Ou seja, ele molda sua personalidade em função do meio em que vive. Não vou entrar no mérito sociológio ou filosófico da coisa, mas usei essa enrolação para mostrar minha indignação sobre o fato de que personalidades ou caráteres já definidos possam sofrer mudanças tão drásticas...

Semana passada, se não me engano, a jornalista Tereza Cruvinel deixou o Jornal O Globo para assumir a presidência da TV Pública, um dos inúmeros disparates do governo do PT. Lula tem se empenhado na criação desta TV (que vai unificar os vários orgãos de comunicação do governo, como a Radiobrás por exemplo) por uma simples razão: a de poder divulgar livremente as esdrúxulas idéias do seu governo, sem ter de recorrer a imprensa convencional, uma vez que esta tem sido implacável no sentido de expor as irregularidades mil que vem acontecendo, e que para ele são tão naturais quanto fazer cocô (desculpem, mas só falando assim!!!). Voltando a Tereza, sempre fui leitor da sua coluna no O Globo, uma vez que sua análise política era muito boa e recheada de informações interessantes face a sua desenvoltura no meio político, além do seu talento jornalistico. Tereza só tinha um problema: sua relação no meio político, com algumas figuras específicas, era de quase admiração, o que as vezes comprometia sua avaliação dos fatos. Apesar disso, foi constante o discurso na sua coluna sobre os impropérios administrativos de Lula e sua gang. Ou seja, ela fazia parte da imprensa que denunciava tudo o que viámos (e ainda vemos) de errado no Brasil. Pelo visto, a título de "novo desafio", largou a personalidade de lado e foi a luta mamar nas tetas do governo.


Mas Tereza não foi o primeiro caso a me decepcionar: o jornalista da Band, Franklin Martins, aceitou assumir a área de comunicação e imprensa do Planalto, já há algum tempo. Com status de ministro, Franklin foi trabalhar no governo que tanto analisava e criticava no programa "Canal Livre", que ia ao ar na Bandeirantes aos Domingos as 22h30m. Quem assisitiu alguma vez a este programa, que entrevistou entre outros Tarso Genro (hoje ministro da Justiça) e Geraldo Alckimin, tinha ali um bom meio de se informar e se manter atualizado sobre politica, com entrevistas muito polêmicas, com perguntas eventualmente embaraçosas (leia-se delicadas, diretas e objetivas). A saída de Franklin foi um baque para mim, pois o país carace de quem questione, pois a população não tem mais esse hábito, se deixando roubar e escravizar cada vez mais....

Com estes dois exemplos, me pergunto: para onde foram os valores? porque aceitar trabalhar num local onde vc sabe que seu chefe não presta e o produto da empresa não tem validade nenhuma? como alguém pode ser adaptar e mudar tão rápido?
Será que se adaptar demanda abrir mão do caráter? Se for assim, prefiro não mudar....

Um comentário:

ViniBeni disse...

http://www.omelete.com.br/cine/100008424/Metal___Uma_jornada_pelo_mundo_do_Heavy_Metal.aspx

Aí meu camarada, recebi e lembrei de imediato de vc!!!!

Bom final de semana!!

Vini