Mi Casa no Es Su Casa


A medida que o tempo vai passando e as coisas vão acontecendo, a cabeça da gente viaja na quantidade enorme de fatos, notícias e informações que recebemos a cada momento. Numa dessas viagens, cheguei a seguinte teoria: se toda a população brasileira, de uma única vez, ficasse toda inteligente e consciente, o governo atual não duraria mais uma semana no poder. Ao meu ver, a única hipótese plausível para tanta vista grossa da população para as coisas que acontecem Brasíla e no restante do país, é a mais pura burrice combinada com a ignorância. É ÓBVIO que o povo não tem culpa, pois a ignorância é passada de geração a geração pelos próprios governos, no objetivo de perpetuá-la e manter o poder. Ao meu ver, nossa culpa é a continua omissão, a falta de vontade de mudar. Como isso é outra história, vamos ao que interessa: não nos bastassem os problemas de corrupção, roubalheira, mau uso da máquina e dinheiro públicos, demagogia barata, falsas promessas, entre outras coisas, agora também temos de aturar um presidente e governo ineptos na diplomacia com outras nações.

Passada a crise na América do Sul (será?), já temos um novo exemplo de incompetência diplomática: a posição da Espanha em deportar, não antes sem constranger, qualquer brasileiro que tente aportar no país. É claro que é inadmissível o que está sendo feito por lá, com brasileiros esperando por até 24, 48 hs em salas fechadas, sem água e comida, o momento da deportação - isso é absurdo, desumano e pior, descortês com um visitante. Entretanto, precisamos observar a coisa pelo prisma da Espanha, ou seja, os reais motivos desse bloqueio.

Antes de tudo: a Espanha não é Brasil, ou seja, lá não é a bagunça que é aqui. O embargo se deve a pressão que a oposição (lá ela funciona!) fez ao governo Espanhol com relação a imigrantes e seu peso econômico ao estado pela ilegalidade, principalmente no mercado de trabalho, ocupando postos destinados aos espanhóis. Daí as restrições severas a entrada de brasileiros, que são a grande maioria irregular no país. Se o motivo é plausível (apesar da desastrosa execução), o governo Brasileiro deveria ser hábil o suficiente em discutir a questão e apurar os reais parâmetros para a entrada legal de Brasileiros no país, sem risco de deportação. Entretanto, a primeira reação foi a utilização da "reciprocidade" entre as nações. Em miúdos, trata-se de um simples "se você não me deixa entrar aí, você também não entra aqui". Foi patético ver, na TV, o momento em que um espanhol era obrigado a ouvir um discurso, digno de nações do 1º mundo, do representante da Polícia Federal. Quem ouvia aquilo imaginava que o pobre do espanhol estava tentando entrar no país mais organizado do mundo. Para se assumir uma postura dessa em relação a imigração, o Brasil precisa mudar muito. Qualquer um sabe que nossas fronteiras são uma festa para contrabandistas e traficantes, e que temos controle deficiente sobre elas. De nada adianta a rigorosidade dos aeroportos quando temos pistas clandestinas e fronteiras terrestres abertas, e é isso que torna patética nossa reciprocidade: não temos o mesmo rigor e controle deles.
Numa visão macro, a tendência que coisas tipo aconteçam com mais e mais frequência, não só na Espanha. Inglaterra e EUA já são famosos pelas restrições a entrada de imigrantes e turistas, o que se reflete na União Européia, que também vem se blindando como um todo. Temos de levar em consideração também a onda terrorista que assola o mundo, o que obviamente aumenta os esquemas de proteção das nações. Como aqui não se tem nada disso (organização e medo terrorista), tendemos a nos chocar com estas atitudes, criticando-as sem saber. O problema é quando isso parte do governo, que é quem mais deveria saber sobre o assunto como lidar com ele, sem parecer uma criança que ficou sem o brinquedo e agora faz manha.

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