Sem Trânsito
Dando continuidade a série "Do que jeito que somos, nunca chegaremos a 1º mundo", gostaria de expor aqui minha perplexidade com o que está contecendo com o nosso trânsito de um modo geral, combinado com o tratamento das autoridades (?) ao transporte público. Ocorre que, tal qual São Paulo, estamos quase parando. Claro que ainda não chegamos ao caos estático da terra da garoa, mas estamos a passos largos para chegar lá. A cada dia que passa, fica mais difícil se locomover pela capital carioca sem se deparar com enormes congestionamentos, face a imensa quantidade de carros na frota atual. Enquanto nosso glorioso governo só pensa no quanto melhorou a vida do povo liberando crédito a perder de vista, nada é feito no sentido de criar-se soluções urbanas para o nó que esta o trânsito. Não basta comemorar a facilidade de compra de automóveis, é preciso pensar em como acomodar a frota sem que tudo pare, ou melhor, pensar em um sistema de transporte público bom o suficiente que faça com que todo mundo não tire o carro de casa ao mesmo tempo, indo para o mesmo lugar.
É óbvio que o transporte urbano no Rio de Janeiro apresentou sensível melhora de uns para cá, com carros mais modernos e refrigerados (emboras mais apertados). Apesar disso, a frota ainda é insuficente, o que força os proprietários de automóveis a retirarem os veículos das garagens e onerarem o tráfego cada vez mais. Mais carros, menos espaço e nenhuma estrutura, formam a trinca perfeita para um transito problemático. A Av Brasil, por exemplo, cada vez mais cedo pela manhã já apresenta um trafego numeroso, o que não acontecia há algum tempo atrás.
Com a insuficiencia do transporte público, tivemos o surgimento de um grande mal, e esse é o ponto ao qual queria chegar: kombis e vans. Eu chego a dizer que a situação hoje atingiu por ponto irreversível, tamanha a quantidade de carros destes tipos andandos pela cidade, quase na sua totalidades ilegais. Esse tipo de transporte conta com 3 vantagens soberanas sobre o transporte público:
1) São mais baratos;
2) Não seguem linhas regulares no que se refere a trajeto, sendo flexíveis o suficente para serem mais rápidos que os onibus comuns, por exemplo;
3) Tem uma oferta muito maior.
Isso foi suficente para que a população os abraçassem com todas as forças, fazendo com que as empresas de ônibus amargassem prejuízos constantes, face a migração para o transporte alternativo.
O problema é que o governo deixou a coisa chegar a um tal que é praticamente impossível reverter o quadro atual. Por conta disso, as diversas ações do Detro pela cidade para coibir o transporte ilegal me parecem atitudes caça-níquel, uma vez que as multas são altíssimas. Apesar do grande número de multas e apreensões, o problema está longe de ser resolvido. Kombis e Vans também contribuem para as estatísticas de veículos no transito, e pior, de maneira perigosa. Não é raro ver acidentes fatais envolvendo este tipo de transporte, uma vez que a "independência" de trajeto faz com haja verdadeiras "corridas" para ida e volta, na expectativa de maior faturamento em mais viagens. Para se ter uma idéia, basta observar o verdadeiro balé que ocorre na pista seletiva da Av Brasil, onde vans entram e saem da pista para driblar os radares, nem sempre com a maior cautela do mundo.
O problema é complexo: envolve governo, educação no trânsito, oportunidade de trabalho, legislação eficiente e punitiva, corrupção e um monte de outros fatores entranhados em nossa sociedade, com poucas possibilidades de mudança ou evolução. Enquanto isso, não saímos do 3º mundo, nem no trânsito, porque ele não anda.
É óbvio que o transporte urbano no Rio de Janeiro apresentou sensível melhora de uns para cá, com carros mais modernos e refrigerados (emboras mais apertados). Apesar disso, a frota ainda é insuficente, o que força os proprietários de automóveis a retirarem os veículos das garagens e onerarem o tráfego cada vez mais. Mais carros, menos espaço e nenhuma estrutura, formam a trinca perfeita para um transito problemático. A Av Brasil, por exemplo, cada vez mais cedo pela manhã já apresenta um trafego numeroso, o que não acontecia há algum tempo atrás.
Com a insuficiencia do transporte público, tivemos o surgimento de um grande mal, e esse é o ponto ao qual queria chegar: kombis e vans. Eu chego a dizer que a situação hoje atingiu por ponto irreversível, tamanha a quantidade de carros destes tipos andandos pela cidade, quase na sua totalidades ilegais. Esse tipo de transporte conta com 3 vantagens soberanas sobre o transporte público:
1) São mais baratos;
2) Não seguem linhas regulares no que se refere a trajeto, sendo flexíveis o suficente para serem mais rápidos que os onibus comuns, por exemplo;
3) Tem uma oferta muito maior.
Isso foi suficente para que a população os abraçassem com todas as forças, fazendo com que as empresas de ônibus amargassem prejuízos constantes, face a migração para o transporte alternativo.
O problema é que o governo deixou a coisa chegar a um tal que é praticamente impossível reverter o quadro atual. Por conta disso, as diversas ações do Detro pela cidade para coibir o transporte ilegal me parecem atitudes caça-níquel, uma vez que as multas são altíssimas. Apesar do grande número de multas e apreensões, o problema está longe de ser resolvido. Kombis e Vans também contribuem para as estatísticas de veículos no transito, e pior, de maneira perigosa. Não é raro ver acidentes fatais envolvendo este tipo de transporte, uma vez que a "independência" de trajeto faz com haja verdadeiras "corridas" para ida e volta, na expectativa de maior faturamento em mais viagens. Para se ter uma idéia, basta observar o verdadeiro balé que ocorre na pista seletiva da Av Brasil, onde vans entram e saem da pista para driblar os radares, nem sempre com a maior cautela do mundo.
O problema é complexo: envolve governo, educação no trânsito, oportunidade de trabalho, legislação eficiente e punitiva, corrupção e um monte de outros fatores entranhados em nossa sociedade, com poucas possibilidades de mudança ou evolução. Enquanto isso, não saímos do 3º mundo, nem no trânsito, porque ele não anda.
Comentários