Eleição de Verdade


Já há algum tempo queria falar sobre o assunto, mas como não havia ainda a definição que temos agora, não o fiz antes. Entretanto, com a consolidação de Barack Obama como candidato Democrata a Presidência dos EUA face a irremediável derrota de Hillary Clinton nas prévias, acho uma boa tocar no assunto. Por dois motivos: nos interessa saber quem vai assumir a Presidência da nação mais poderosa do mundo (e que não passa por um bom momento) com a saída de George W. Bush e o fato do sistema eleitoral deles ser, na minha opinião, simplesmente fantástico.


Que o governo de George W. Bush foi tragédia, todos sabem: uma guerra inútil, despendiosa e mentirosa contra o Iraque, uma vez que o objetivo nunca foi a busca de armas biológicas ou químicas, mas sim de colocar a mão no valioso Petróleo, abundante pelas bandas de lá. Basta lembrar que o Petróleo é um recurso natural não renovável e que tem data para acabar. Com certeza estamos próximos dos dias em que, se não arrurmarmos outras fontes de energia, teremos outros problemas como esse por conta da energia. Guerras custam dinheiro e vidas humanas e nisso GWB não economizou: a guerra do Iraque já consumiu mais de US$ 504 bilhões [R$ 859,82 bilhões] dos cofres públicos americanos. Segundo um estudo do prêmio Nobel de economia Joseph E. Stiglitz, são estimados gastos de US$ 3 trilhões [R$ 5,1 trilhões] com os conflitos, caso as tropas permaneçam no Iraque até 2010. Para se ter uma idéia, apenas em 5 anos de conflito (iniciados em Março de 2003), os combates no Iraque já consumiram 75% do que foi gasto no Vietnã nos seus 12 anos. Além disso, Bush conseguiu arrastar um país que se encontrava bem administrado, resultado da gestão Clinton, para uma recessão que ainda não se tem idéia do tamanho final e das consequências no país e no mundo. Desemprego, queda de consumo, inadimplência têm assolado o país e prometem ser um trabalho duro para a nova gestão. Para piorar a situação, Bush Jr teve também um péssimo desempenho ao tratar das questões do meio ambiente, levando sempre em consideração mais os impactos econômicos do que os ambientais e de sustentabilidade.


No aspecto sistêmico, a eleição americana é um troço curioso de se ver. Se existe democracia, essa é aquela em que se vota primeiro para candidato do partido, para só depois se votar para o cargo público. Mas isso só é possível graças a sabedoria deles em ter apenas dois partidos (Democrata e Republicano), a coisa mais lógica do universo. Ou o lógico é o nosso sistema, que até Junho do ano passado, tinha 28 partidos??? Do que adianta o governo Brasileiro se orgulhar de ter um sistema avançadíssimo de votação eletrônica, com o resultado quase que no mesmo dia, com uma bagunça ideológica e eleitoral como essa? Voltando aos EUA, outro ponto digno de nota é que lá as pessoas não são obrigadas a votar. Repito: lá, o cidadão não é obrigado a votar. Vota quem quer, quem acha que deve participar. Como aqui já existe a cultura de que eleição significa menos tempo na praia, se isso fosse implantado aqui, ninguém ia (Nem eu, pois não adianta ir lá e não ter opção).


Com a confirmação de Barack Obama pelo lado Democrata, determina-se o adversário do já definido Republicano John McCainn. Enquanto o 1º se apresenta como uma mudança ao quadro atual, o 2º pode ser uma perigosa continuação do governo Bush, que também é Republicano. Resta saber se Hillary Clinton continuará no jogo, mas dessa vez como vice de Obama numa super-chapa, coisa que ela vem recusando até então. Em tempo: a eleição presidencial americana é em Novembro deste ano. Ou seja, não é no mesmo ano da Copa do Mundo, como em um determinado lugar do mundo... Qual será a razão?

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