Aprendiz 5 - O Sócio (Episódio 15)


Este foi simplesmente o melhor episódio, a melhor prova e a sala de reunião mais bizarra de todas! Roberto Justus ficou numa sinuca de bico como nunca havia ficado antes, chegando até a ser meio cômica a situação, apesar da tensão que houve. Voltando a prova, o programa deu uma tacada de mestre ao refazê-la nesta edição (ela teve sua estréia na edição passada), colocando um plus sensacional: trata-se da prova do empreendedorismo, onde os 3 aprendizes finais são jogados em um grande centro urbano apenas com um documento e nenhuma moeda sequer, e eles literalmente têm de se virar para ganhar dinheiro, trabalhando ou pedindo. É claro que o “trabalho enobrece o homem”, e também enobrece esta prova, onde o ideal é conseguir fazer volume de dinheiro em alguma atividade, e não somente pedindo. Na edição passada, os aprendizes foram levados para o interior de SP, tendo de ser devidamente disfarçados. Numa idéia genial, a 5ª edição dispensou isso, simplesmente levando-os para o... exterior! Montevidéu, no Uruguai, foi o lugar escolhido. Agora imaginem: lugar, mercado, cultura, pessoas, idioma, moeda, tudo diferente!!! Simplesmente o caos! Essa prova revela realmente o espírito das pessoas, separando os fortes dos fracos, e foi isso que ocorreu, de maneira dramática, até.

Tudo nessa prova conta: desenvoltura, conhecimento, estratégia, força de vontade e etc. Ao botar o pé no Uruguai, já se começou errando ou acertando: Henrique e Clodoaldo saíram, mesmo sendo quase meia noite, para conhecer a cidade e checar possíveis oportunidades. Já Stephens optou em ficar no hotel, fazendo não sei o que... Nos dias que se seguiram, cada um adotou uma estratégia diferente, com Clodoaldo sendo o vencedor, com Henrique em segundo e Stephens em terceiro, de maneira vergonhosa. Vejam o que cada um fez:

Clodoaldo – Deu a sorte de encontrar um brasileiro logo de cara, e com a desculpa de ter perdido a carteira, ganhou 40 dólares. Com isso, investiu na venda de Alfajores (uma espécie de doce local), fazendo mais ou menos o que a vencedora desta prova na edição passada fez. A meu ver, não há outro caminho para dinheiro rápido numa situação dessas: pegar doce para vender é mais fácil, rápido e garantido, bastando ter disposição e força de vontade, pois requer tempo. Mesmo sem dinheiro, é possível fazer isso por consignação, tendo um bom papo. Clodoaldo foi tão competente nesta prova que, mesmo perdendo 50% do que havia ganho como penalização por haver recebido uma “ajuda” indireta de uma menor (e que realmente não foi má fé do cara), ele ganhou a prova com o dobro de dinheiro do Henrique;

Henrique – Também saiu na cara e na coragem, mas se mostrou realmente bom de papo e de argumentação, tendo dificuldade em arrumar trabalho, mas tendo cada “não” recebido recompensado com uma doação (como ele conseguiu fazer isso, eu não sei). Entretanto, conseguiu trabalhar em uma loja limpando o chão, para não dizer que não fez nada. No geral, mostrou disposição e fez um bom dinheiro. Tinha potencial para fazer muito mais, mas a meu ver se acomodou em ganhar facilmente pelas “doações”. De qualquer modo, se mostrou bom de argumentação e relacionamento com as pessoas, qualidade essa duramente contestada pelos outros aprendizes. Vai entender...;

Stephens – Ele foi a sinuca de bico que Justus ganhou, que mencionei logo no início. O cara não fez absolutamente nada! Ele não conseguiu nenhum Real, Peso ou Dólar, voltando de mãos vazias!!! Seu problema principal foi haver perdido o gás inicial procurando emprego justamente nos locais onde não devia: em agências de emprego. Até aqui isso seria difícil (que dirá no estrangeiro): encontrar empregos de dois dias, isso sem falar na documentação que seria exigida. Com isso, vagou, vagou, se cansou e não conseguiu nada. E aí, começou a ser vencido pelo maior inimigo numa situação dessas, o desânimo. Neste ponto, não encontrou mais forças para mudar de estratégia (coisa que ele sempre disse que era seu forte) e tentar outra coisa. Pessoalmente, senti pena do cara, pois não ter conseguido nenhum dinheiro lhe custou muito caro, se me perdoam o trocadilho.

Com um quadro desses, haveria necessidade de sala de reunião? Mas é claro que não! O problema é que o programa tem regras, e elas tiveram de ser seguidas. Agora imaginem o Roberto tendo de criar conteúdo para uma reunião onde não havia o que ser discutido, seja pela prova, seja pelo histórico dos envolvidos. Em ambos Henrique era vencedor, tendo o agravante de um desempenho patético de Stephens. Vale citar aqui que Walter Longo simplesmente estava indignado com este resultado, mostrando sem pudor nenhum sua irritação com os argumentos de Stephens. E aí surgia a questão, o que fazer? Demitir de imediato Stephens não podia ser feito, e daí Roberto cometeu aquilo que achei até antiético: iniciou uma discussão sem pé nem cabeça com Henrique, por conta de uma declaração dele sobre haver ficado, aos 33 anos, sem lugar para morar e sem dinheiro. Questionou-o duramente sobre como ele imaginava ser seu sócio se ele já havia quebrado, ao passo que Stephens, aos 28 anos era bem sucedido (?). Foi um momento esquisito e sem sentido, onde mais uma vez Henrique teve de se defender e se justificar até que o absurdo acabasse e a situação voltasse ao foco normal. Por um momento, pensei que ele realmente demitiria o Henrique, mas prevaleceu a unanimidade dos conselheiros em Stephens e o resto é história. Quem assistiu deve ter percebido que, na hora do anúncio da decisão, Roberto hesitou e apontou para o Henrique. Por um momento, Stephens se surpreendeu e achou que o companheiro seria demitido, e não ele. Foi engraçado.

Infelizmente, outro ponto extremamente negativo se fez presente: novamente voltam os aprendizes demitidos para ajudar na última tarefa. Acho isso muito errado, por uma questão simples: quem foi demitido não tem comprometimento com a vitória. Pode até ter por aparecer na TV, mas no fundo não há mais o mesmo tesão e empenho. Agora imaginem numa situação onde há um finalista como o Henrique. Para piorar: dessa vez Justus deixou que os aprendizes demitidos escolhessem com quem iriam trabalhar... Os quatro primeiros escolheram Clodoaldo, criando uma situação desagradável para os outros quatros que foram obrigados a trabalhar para o Henrique. Isso será muito ruim para ele, pois as pessoas, desde o início, criaram barreiras contra ele. A motivação que, naturalmente já é insuficiente, nesse caso ficou mais ainda comprometida e pode se tornar má vontade. Na minha opinião, os aprendizes deveriam ter equipes de fora, profissionais estranhos a eles, o que mediria ainda mais suas capacidades de gestão. Para se ter uma idéia do estrago, vejam como ficaram as equipes:
Henrique: Maura, Adriana, Danilo e Ricardo
Clodoaldo: Andreia, Daniel Stephens, Patricia e Hugo
Espero que isso não comprometa o resultado de Henrique (Maura o detesta!). Como a prova será um evento, ele tem a vantagem de ser melhor organizador do que Clodoaldo. É hoje !!!!!

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