A Prisão Eleitoral
Com o término do 1º turno e restando menos de dez dias para o fim do 2º e a realização das eleições, cheguei à conclusão que o voto neste país é uma coisa digna de estudos, pois mesmo sendo coisa séria, é definitivamente cômica. Independente de como você o usa, apesar de toda a propaganda e discussão que ele gera, não serve absolutamente para nada. Pessimismo extremo? Nada disso, apenas a dura constatação de que o jogo político, do jeito que está e com as opções que temos, não mudará tão cedo.
Basicamente, vimos nesta eleição às mesmas situações, as mesmas propostas, as mesmas campanhas, os mesmos personagens e etc. Todo o processo flui da mesma maneira, e eu, particularmente, tenho cada vez menos vontade de me envolver com isto tudo. Alguns podem dizer que isso é falta de civilidade, mas quem tem é patriota neste país, a não ser em copa do mundo? A única coisa que me chamou mais a atenção nesta eleição é que parece que existem muitas pessoas como eu, que já se convenceram de é melhor cuidar do seu futuro por si próprio do que aguardar a ação de algum político. É claro que essa parcela da população é infinitamente pequena frente a nossa imensa massa de iletrados e iludidos que venera o governo Lula, mas pelo menos é o começo.
Um sinal que confirma essa minha tese foi a intensa campanha do governo sobre a importância do voto e do processo eleitoral. Se utilizando de uma atriz (relativamente) conhecida, fez comerciais explicativos com uma média de exibição diária absurda, massificando mesmo na cabeça do povo que ele deve valorizar o processo. Acredito que se isso se deva a dois fatores básicos: 1) O descrédito e desencanto da parcela urbana e mais instruída da população com a classe política 2) O crescente questionamento sobre o fato de o voto ser obrigatório, mesmo numa Democracia tão “maravilhosa” e “plena” como a nossa. No que tange a descrença com a classe política, volto ao parágrafo anterior e reafirmo que ainda somos poucos.
Com relação ao voto obrigatório, tenho absoluta certeza de que, se tem uma coisa que político tem pavor, pânico e medo, é da desobrigação do voto. A razão? Simplesmente porque não somos, culturalmente falando, iguais ao Norte Americanos, por exemplo, que têm como facultativa a opção de sair de casa e ir votar. Lá, existe um sentimento patriótico que vem do berço (além de um sistema eleitoral e político mais justo – mesmo não tendo esse negócio de urna eletrônica que tanto vangloriam por aqui, mas no fundo, no fundo, não é nada demais), que faz com as pessoas se sintam no dever (cívico) de fazê-lo. Por aqui, a descrença e o descaso se revelariam de modo pleno, pois as pessoas só se envolvem um pouco mais por que são obrigadas a ir lá. Se não adianta nada mesmo, se nada muda, se a vida não melhora, porque ter o trabalho de ir lá e escolher alguém? Aliás, uma das maiores hipocrisias desse país é alguém dizer que o voto tem de ser bem dado, bem pensado e etc. Mas como, se não há opções que valham à pena?
Ainda sobre o voto obrigatório, outro dia assisti ao programa de debates do Lobão na MTV onde o assunto era esse. Por incrível que pareça, havia lá um retardado (só falando assim) que defendia que a plena Democracia só existe com a obrigação de o cidadão votar. O engraçado é ouvir isso de um cidadão de um país onde governo permite candidatos com ficha criminal - para se ter uma idéia, um candidato a vereador em Niterói tem “apenas” 170 anotações em sua ficha por estelionato! – mas ao mesmo tempo não divulga estas informações ao povo. Obrigar o povo a escolher bem quando simplesmente não há boas opções é contraditório e antidemocrático.
Mas acho que o pior do pior foram as campanhas sobre uma má escolha na hora de votar. Através de comerciais na TV, o governo simplesmente ofendia a inteligência da população: o primeiro que assisti foi ao do cidadão que há quatro anos vivia com uma abelha no ouvido (!). Partindo desta premissa imbecil, se votarmos errado, teremos a mesma sensação de desconforto e incomodo (pelo amor de Deus...). Outra foi a do cidadão que ao ficar nervoso começava a sapatear, e pelos mesmos quatro anos ele sapateava e sapateava... Como alguém pode em são consciência pode achar que isso é uma analogia válida com uma eleição? Isto nada mais, nada menos, é o reflexo daqueles governantes ruins que temos hoje, mas que um dia foram candidatos.
Basicamente, vimos nesta eleição às mesmas situações, as mesmas propostas, as mesmas campanhas, os mesmos personagens e etc. Todo o processo flui da mesma maneira, e eu, particularmente, tenho cada vez menos vontade de me envolver com isto tudo. Alguns podem dizer que isso é falta de civilidade, mas quem tem é patriota neste país, a não ser em copa do mundo? A única coisa que me chamou mais a atenção nesta eleição é que parece que existem muitas pessoas como eu, que já se convenceram de é melhor cuidar do seu futuro por si próprio do que aguardar a ação de algum político. É claro que essa parcela da população é infinitamente pequena frente a nossa imensa massa de iletrados e iludidos que venera o governo Lula, mas pelo menos é o começo.
Um sinal que confirma essa minha tese foi a intensa campanha do governo sobre a importância do voto e do processo eleitoral. Se utilizando de uma atriz (relativamente) conhecida, fez comerciais explicativos com uma média de exibição diária absurda, massificando mesmo na cabeça do povo que ele deve valorizar o processo. Acredito que se isso se deva a dois fatores básicos: 1) O descrédito e desencanto da parcela urbana e mais instruída da população com a classe política 2) O crescente questionamento sobre o fato de o voto ser obrigatório, mesmo numa Democracia tão “maravilhosa” e “plena” como a nossa. No que tange a descrença com a classe política, volto ao parágrafo anterior e reafirmo que ainda somos poucos.
Com relação ao voto obrigatório, tenho absoluta certeza de que, se tem uma coisa que político tem pavor, pânico e medo, é da desobrigação do voto. A razão? Simplesmente porque não somos, culturalmente falando, iguais ao Norte Americanos, por exemplo, que têm como facultativa a opção de sair de casa e ir votar. Lá, existe um sentimento patriótico que vem do berço (além de um sistema eleitoral e político mais justo – mesmo não tendo esse negócio de urna eletrônica que tanto vangloriam por aqui, mas no fundo, no fundo, não é nada demais), que faz com as pessoas se sintam no dever (cívico) de fazê-lo. Por aqui, a descrença e o descaso se revelariam de modo pleno, pois as pessoas só se envolvem um pouco mais por que são obrigadas a ir lá. Se não adianta nada mesmo, se nada muda, se a vida não melhora, porque ter o trabalho de ir lá e escolher alguém? Aliás, uma das maiores hipocrisias desse país é alguém dizer que o voto tem de ser bem dado, bem pensado e etc. Mas como, se não há opções que valham à pena?
Ainda sobre o voto obrigatório, outro dia assisti ao programa de debates do Lobão na MTV onde o assunto era esse. Por incrível que pareça, havia lá um retardado (só falando assim) que defendia que a plena Democracia só existe com a obrigação de o cidadão votar. O engraçado é ouvir isso de um cidadão de um país onde governo permite candidatos com ficha criminal - para se ter uma idéia, um candidato a vereador em Niterói tem “apenas” 170 anotações em sua ficha por estelionato! – mas ao mesmo tempo não divulga estas informações ao povo. Obrigar o povo a escolher bem quando simplesmente não há boas opções é contraditório e antidemocrático.
Mas acho que o pior do pior foram as campanhas sobre uma má escolha na hora de votar. Através de comerciais na TV, o governo simplesmente ofendia a inteligência da população: o primeiro que assisti foi ao do cidadão que há quatro anos vivia com uma abelha no ouvido (!). Partindo desta premissa imbecil, se votarmos errado, teremos a mesma sensação de desconforto e incomodo (pelo amor de Deus...). Outra foi a do cidadão que ao ficar nervoso começava a sapatear, e pelos mesmos quatro anos ele sapateava e sapateava... Como alguém pode em são consciência pode achar que isso é uma analogia válida com uma eleição? Isto nada mais, nada menos, é o reflexo daqueles governantes ruins que temos hoje, mas que um dia foram candidatos.
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