O Transporte Nosso de Cada Dia
Acho o Brasil é o único país do mundo onde reclamamos, ao mesmo tempo, quando os políticos não fazem nada e quando eles fazem alguma coisa. Pode parecer incrível, mas isso acontece. Talvez você já até tenha feito, mas não tenha percebido. Ou talvez isso seja mais comum do que imagino, e talvez só agora eu tenha percebido, sei lá... Independente disso, acho que político é uma raça tão escrota aqui nesse país que, trabalhando ou não, a gente sempre sai perdendo. Mas vou explicar o motivo da minha ira.
O Rio de Janeiro, para quem não sabe, vive uma infestação de vans e kombis que representam o chamado “transporte alternativo”. Já tomaram uma enorme parcela de passageiros do transporte regular (são mais rápidos, têm rotas mais abrangentes e flexíveis, eventualmente mais baratas, embora sem a mesma segurança oferecida em ônibus e trens, por exemplo) e são reflexo do desemprego e do descaso do estado com o transporte de massa. Em resumo, a pouca atenção que o governo sempre deu a esta questão é agora dor de cabeça para ele próprio, pois a evasão de passageiros para o transporte “ilegal” é notória e as empresas de ônibus e taxistas perdem dinheiro com isso – o que significa menos impostos para o governo. E é aí que a coisa ficou engraçada, pois transporte urbano nunca foi a meta de ninguém, mas de uma hora para outra virou uma questão de extrema importância. O volume de dinheiro que gira nesse mercado é grande, e em pouco tempo o governo ficou sem a parte que lhe cabe.
Desde o início desse processo, nada foi feito de maneira significativa para impedir este desenvolvimento. Nem tampouco, algo em larga escala que visasse legalizar todos os veículos de transporte em circulação. Ou seja, a coisa foi tomando tal proporção que, como cidadão, acho impossível de se ajeitar. Entretanto, basta um novo governo (nesse caso, prefeito) para se iniciar a caça às bruxas. Semana passada, numa só tacada e bem na hora do rush matinal, todos os acessos ao centro do RJ foram fechados por blitz do DETRO (Departamento de Transportes Rodoviários) visando pegar esses carros piratas. O que já era ruim, ficou pior: pistas afuniladas por causa das blitz, transformando o trânsito lento em quase parado. Ou seja, sacrificam a ida do trabalhador para o seu emprego a troco de uma tentativa desordenada de resolver algo que já não tem mais solução, ou que pelo menos já não pode ser resolvido exclusivamente desta maneira.
Por outro lado, temos um novo prefeito doido para mostrar serviço, principalmente por haver ganhado a eleição com pouquíssima margem de votos, o que o coloca frente à metade da população que optou pelo outro candidato. A cobrança tende a ser maior, e daí todo esse estardalhaço, nesta e em outras frentes de trabalho público. Assim como ocorreu com Sérgio Cabral quando de sua eleição – onde fez e aconteceu nos primeiros dias – Paes segue na mesma linha, tentando resolver em dias o que não se fez em meses. Pior, sabemos que isso é fogo de palha,e que tudo voltará a ser como antes.
O Rio de Janeiro, para quem não sabe, vive uma infestação de vans e kombis que representam o chamado “transporte alternativo”. Já tomaram uma enorme parcela de passageiros do transporte regular (são mais rápidos, têm rotas mais abrangentes e flexíveis, eventualmente mais baratas, embora sem a mesma segurança oferecida em ônibus e trens, por exemplo) e são reflexo do desemprego e do descaso do estado com o transporte de massa. Em resumo, a pouca atenção que o governo sempre deu a esta questão é agora dor de cabeça para ele próprio, pois a evasão de passageiros para o transporte “ilegal” é notória e as empresas de ônibus e taxistas perdem dinheiro com isso – o que significa menos impostos para o governo. E é aí que a coisa ficou engraçada, pois transporte urbano nunca foi a meta de ninguém, mas de uma hora para outra virou uma questão de extrema importância. O volume de dinheiro que gira nesse mercado é grande, e em pouco tempo o governo ficou sem a parte que lhe cabe.
Desde o início desse processo, nada foi feito de maneira significativa para impedir este desenvolvimento. Nem tampouco, algo em larga escala que visasse legalizar todos os veículos de transporte em circulação. Ou seja, a coisa foi tomando tal proporção que, como cidadão, acho impossível de se ajeitar. Entretanto, basta um novo governo (nesse caso, prefeito) para se iniciar a caça às bruxas. Semana passada, numa só tacada e bem na hora do rush matinal, todos os acessos ao centro do RJ foram fechados por blitz do DETRO (Departamento de Transportes Rodoviários) visando pegar esses carros piratas. O que já era ruim, ficou pior: pistas afuniladas por causa das blitz, transformando o trânsito lento em quase parado. Ou seja, sacrificam a ida do trabalhador para o seu emprego a troco de uma tentativa desordenada de resolver algo que já não tem mais solução, ou que pelo menos já não pode ser resolvido exclusivamente desta maneira.
Por outro lado, temos um novo prefeito doido para mostrar serviço, principalmente por haver ganhado a eleição com pouquíssima margem de votos, o que o coloca frente à metade da população que optou pelo outro candidato. A cobrança tende a ser maior, e daí todo esse estardalhaço, nesta e em outras frentes de trabalho público. Assim como ocorreu com Sérgio Cabral quando de sua eleição – onde fez e aconteceu nos primeiros dias – Paes segue na mesma linha, tentando resolver em dias o que não se fez em meses. Pior, sabemos que isso é fogo de palha,e que tudo voltará a ser como antes.
Comentários
uahauahauahauahauahauahauahau
cara, ri muito com isso, vc anda impagável!!
[]'s
D.