sábado, 17 de janeiro de 2009

Paradigmas Novelísticos



Talvez o maior problema de um casamento para o homem, depois da sogra, seja a novela. A sogra você é obrigado a aturar por que é a mãe da sua esposa, e daí não tem como correr. Já a novela é um problema porque você acaba sendo obrigado a acompanhar com ela. Pelo menos no meu caso, a novela sempre casa com o horário em que me sento à mesa para jantar. Nesse meio tempo, pode ter certeza que a TV já está ligada na Globo só aguardando o fim do Jornal (que eu assisto) par início do suplício televisivo. Posto isso, é impossível não se inteirar da trama (absurda, sem sentido e ilógica) e começar a tirar minhas conclusões.

Ontem foi o final de “A Favorita”. O de sempre aconteceu: o vilão foi preso, outro morreu, a mocinha se casou e todos foram felizes para sempre. O detalhe é que essa novela, apesar de ter tido a mesmas características de outras as outras, abusou mais do que a média da inteligência de quem assiste: como é que uma mulher ruim daquela mata, rouba, engana e ninguém, repito, ninguém percebe? Como é que ela falando sozinha (pois é, personagem de novela fala sozinho que é uma beleza, já repararam?) ela contava o que ia fazer e ninguém ouvia? E quando ouvia, era embromado por uma explicação ridícula? Infelizmente, as pessoas estão cegas para isso, fazer o quê?

Entretanto, o mais legal (para não dizer o contrário), é que as novelas, principalmente as da Globo, têm seguido um padrão de formato, no mínimo, bizarro. Refiro-me especificamente ao cast, que necessariamente tem de ter estes personagens (puxem pela memória e vejam se não é verdade):

Mocinha / Mocinho – Básico, toda novela tem;
Vilão / Vilã – Idem acima. Até aqui, é óbvio;
Corno – É vital ter um personagem nestes moldes e tem sido uma constante, pois mantêm o público tenso sobre a reação do galhudo(a) quando descobrir;
Gay – Geralmente homens, teve nA Favorita uma mulher. A Globo parece que não descansará enquanto não botar um beijo Gay no ar. Como a sociedade ainda não deixou, eles vão tentado;
Doente Terminal – É necessário ter alguém a beira da morte para a carga emocional necessária e fazer todo mundo chorar;
Fantasma – Parece que a Globo fechou um acordo com o sindicato do Além e toda novela tem uma alma penada;
Viciado – É uma boa maneira de tratar de um tema delicado, polêmico e dizer que a novela tem uma mensagem social;
Crianças Prodígio – É sempre necessário manter um núcleo infantil, com crianças bonitinhas que geralmente são mais espertas que os adultos(!);

Malhar novela e não falar da novela dos Mutantes é uma falha imperdoável, não? Aquela novela já conseguiu juntar nestes 2.000 capítulos (não vai acabar, não?) tudo quanto é mutante /monstro / super poder que o mundo conhece: dinossauro, vampiro, zumbi, lobisomem, gato gigante, gente invisível, que lança fogo, raio, que lê mente, que muda de forma e por aí vai. O único detalhe que une a todos no elenco é o poder de atuar mal: é impressionante como algumas cenas são constrangedoras de tão ruins por parte dos atores. De novo, fazer o que: tem quem goste...

Um comentário:

Anônimo disse...

"Nesse meio tempo, pode ter certeza que a TV já está ligada na Globo só aguardando o fim do Jornal (que eu assisto) para início do suplício televisivo. Posto isso, é impossível não se inteirar da trama (absurda, sem sentido e ilógica)"
uahauahauahauahauahaua suplício foia palavra exata.
P/ mim, o que ficou mais latente foi o despreparo da P. Pilar p/ fazer uma vilã (ela é uma boa atriz, mas não teve tempo p/ se adaptar). O problema é que a novela no início estava com péssima audiência, daí entende-se aquela louca reviravolta de uma hora p/ outra, cheia de mistérios. No fim, sempre mais do mesmo, não sei cmo as pessoas ainda conseguem se emocionar com a mesmice. O fim da picada foi ver a lindíssima helena Rinalde fazendo uma personagem que vira quase mendiga pq ninguém querer ela, só em novela mesmo!!uahauahauahau
[]'s
D.