sexta-feira, 28 de março de 2008

Miriam Leitão: "Dois Detalhes"

Leia aqui a coluna de hoje da Míriam Leitão no Jornal O Globo (Panorama Econômico), onde ela faz um bom apanhado da situação (caótica) de RJ e SP.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Ignorância Não é Benção


Essa semana na faculdade, tive uma palestra sobre AIDS, que ainda é um tema, infelizmente, muito recorrente nos dias atuais, mesmo com o mundo conhecendo a doença há tanto tempo e sabendo como evitá-la. Mesmo assim, os números ainda são alarmantes e todo cuidado é pouco, principalmente numa sociedade como a nossa onde a juventude começa a se relacionar cada vez mais cedo. Entretanto, foi dada ênfase no fato de que a prevenção da doença não depende do governo, e sim de cada um de nós. Daí, me lembrei que no caso da epidemia de Dengue que assola o estado do RJ, muitos disseram o mesmo. Apesar de ter dito num dos posts abaixo que reconheço que falta educação e consciência social ao brasileiro, pergunto: mas qual seria a causa dessa lacuna no comportamento do povo. Respondo: a Educação que o Governo não dá.

Estou na reta final na faculdade, e as vezes me pego maravilhado com a quantidade de coisas que aprendi, que passei a entender, que descobri, que passei a fazer, que passei a não fazer mais, tudo em função do conhecimento adquirido. É claro que acesso a outros meios de informação também ajudou e ainda ajuda: jornais, livros, Internet, TV e etc. Resumindo: o acesso a estudo possibilita outra percepção do mundo ao redor, pois vc passa a entende-lo. E aí é que está o ponto crucial: como atribuir a população a solução ou minimização destas duas doenças, por exemplo, se a maior parte dela não tem escolas e acesso a informação? Se essa pessoa não sabe o impacto que existe em jogar uma pilha usada que ela usou em algum aparelho direto no lixo comum, como exigir que ela saiba da necesidade de um preservativo ou de não ter a caixa d'água da sua casa destampada?

É notório que nosso sistema educacional é falho, com escolas sucateadas e professores mal pagos e mal formados. Infelizmente uma criança não consegue imaginar o impacto que terá a sua vida futura sem o estudo, salvo aqueles exemplos de perseverança, que mesmo sem ele conseguiram vencer. É nessa hora que entram os pais, que devem garantir a ida do filho a escola. Mas, e se não houver uma para que ele frequente? E se ele frequenta, mas o ensino é fraco? E se os próprios pais não frequentaram uma e veêm mais importância em que a criança comece a trabalhar para auxiliar o orçamento doméstico? São tantas possibilidades negativas e uma conclusão mais ainda: uma população que cresce ignorante, sem informação, sem consciência dos seus direitos, sem possibilidades no mercado de trabalho, sem chances de upgrade social, sem entendimento político e etc. No que tange o exemplo das doenças em questão, sem o discernimento necessário para saber o que fazer ou não para ajudar e realmente fazer sua parte.

É claro que o governo sabe de tudo isso, mas conhecimento e informação levam a entendimento, e uma população com capacidade de entendimento não aceitaria nunca as coisas que vemos acontecer aqui no Brasil. Por que o índice de aprovação do governo Lula é tão alto? Porque temos uma grande parte da população pobre e miserável que ignora todas as falcatruas que acontecem em Brasília em troca do Bolsa Família. Se o governo fornecesse a estrutura de trabalho, saúde e educação a essas pessoas e elas conseguissem realmente se tornarem parte da sociedade, não aceitaram um governante assim. Mas como, se muitos só tem o que comer com esse benefício? E e aí que a coisa se perpetua, pois enquanto perdurar esta situação, o voto está garantido.

É por estas e outras que não me conformo em ouvir "Não temos de depender do governo, temos de fazer a nossa parte". Com retrato de epidemia de Dengue, violência urbana a todo vapor, caos no trânsito, sem hospitais públicos decentes, com escolas e nível de ensino precários, sem transporte público decente, somos nós do povão que vamos fazer alguma coisa? É preciso que a sociedade pensante pare de trazer para si a responsabilidade que não é sua. É bonito ficar falando isso, mas dependemos sim de um governo atuante para que a sociedade se molde as regras de conduta que ela precisa ter. Sozinhos, como estamos agora, não vamos fazer nada. Com um governo que queira fazer, as coisas acontecem. Mas quando impunidade, desreipeito as leis e corrupação prevalecem, não há camisinha ou fumacê que dê jeito.

Miss Comédia


A foto acima mostra a Miss Brasil 2007 Natália Guimarães ao lado da Riyo Mori, a Japonesa que meia dúzia de jurados cegos cismaram que é a mulher mais bonita do mundo. Disparates como esse só podem resultar em descrédito a concursos deste tipo, que, convenhamos, já estão mais do que datados e que não despertam mais a paixão de antigamente. Ou será que as meninas da geração do "ficar" e do "créu", que frequentam balada e beijam geral, sonham em ser miss e dizer que esperam "A Paz Mundial"? Acho que não.

Mas o foco aqui é outro: no dia 21 deste mês tivemos a seleção do Miss Rio de Janeiro, com uma selecionada que vai disputar o Miss Brasil, com a vencedora disputando depois o Miss Universo (onde perderemos, como sempre acontece). Assisti ao Miss RJ sem querer, mudando de canal, inocentemente, sem saber que teria momentos da mais pura diversão, num evento que foi mais bagunçado e engraçado do que o churrasco do bar de esquina perto da minha casa. A transmissão foi feita pela CNT e o evento ocorreu no Canecão, em Botafogo, Zona Sul do Rio. E a coisa já começa por aí: não que o Canecão seja um lugar feio, mas se a premissa do concurso é a beleza, na minha opinião um lugar mais requintado seria mais indicado. Mas isso é o de menos, pois havia coisa muito pior pela frente.

Como apresentadores, tivemos Naila Micherif, Miss Brasil 1997 e diretora do Miss Brasil, e Alle Manas, ex-Casa dos Artistas 3 (?). Ambos ficaram, ao longo do evento, tão perdidos quanto cego em tiroteio, uma vez que a produção foi a pior possível. Os comentários dos dois vazavam nos microfones nos momentos mais impróprios, demonstrando que até eles não sabiam o roteiro das apresentações, vídeos e de quanto tempo dispunham para falar ou interagir com as candidatas. Isso sem falar nos vários improvisos que tiveram de fazer ao longo da transmissão, cada vez que algo saia errado e a coisa estava ao vivo no ar. Um momento sensacional foi em que, ao apresentar um vídeo, Alle Manas não sabia que o mesmo já estava sendo exibido, e acabou falando ao mesmo tempo em que o aúdio do vídeo saia, com tudo se embolando. Em termos de Jurí, não é preciso se estender. Para entender o nível de excelência dos julgadores, basta citar que Fani (ex-BBB) estava lá, mesmo não sendo do ramo e havendo uma candidata de Nova Iguaçu, terra natal da cidadã. Escolha o que é pior: desconhecimento da causa ou a parcialidade na hora de julgar.

Com relação as candidatas, foi uma zona. As apresentações não tinham uma coreografia (aquela harmonia delas ao entrar, em ordem e sequência), o que em vários momentos fazia uma ir para um lado e as demais para outro (!). Uma das candidatas (não me lembro qual) se empolgava mais que as outras e dava mais rodadas que as demais, talvez na expectativa de aparecer mais. Com relação a beleza, havia alguns verdadeiros canhões, que se eram as representantes mais bonitas de suas regiões, me fizeram pensar em como seriam as feias: algo impróprio de se ver sem causar pesadelos.

Entre uma apresentação e outra, tivemos alguns making of´s em vídeo. Você já viu miss comendo em Pizzaria, Churrascaria e Buffet Self Service? Pois é, Miss Rio de Janeiro é assim: as Misses enchiam o bucho nos estabelecimentos dos patrocinadores, contrariando qualquer expectativa de manter a forma! Dando continuidade ao show de bizarrices, a prova de talento (?) não foi ao vivo, mas gravada. Consistia apenas nas candidatas, numa sala, fazendo o que fosse de seu domínio. Umas cantaram (mal, sem play back nem nada), outras dançaram, outra recitou um poema lendo o papel na mão (sério!), outra fez ginastica... No geral, em nada se parecia com aqueles concursos americanos (basta lembrar do filme "Miss Simpatia", com a Sandra Bullock) onde tudo é espetáculo, e vc tem a impressão que cada candidata é um prodígio. Era hilário ver as candidatas fazendo suas proezas com gente da equipe, inadivertidamente, passeando no fundo da sala...

O concurso seguiu com desfile de vestido de noite (que também foi uma zona) e chegou a sua reta final com a seleção das candidatas finalistas. Selecionadas as dez mais, uma não retornou ao palco porque passou mal e estava sendo medicada. Deste modo, o anúncio da 5 mais belas foi feito com nove candidatas no palco. Antes que eu me esqueça: a platéia era composta de família e amigos das candidatas. Assim sendo, tudo virou uma guerra de torcidas, com uma disputa para ver quem exaltava mais sua preferida. Por várias vezes, os apresentadores pediam palmas para todas as candidatas, visando fazer o público valorizar a todas, o que não estava acontecendo. Durante a entrevista (na realidade, uma pergunta apenas), os apresentadores se perderam no tempo disponível (ao vivo, lembram-se?) e tiveram de correr, pedindo para as misses serem objetivas, ou seja, curtas e grossas...

No anúncio da vencedora, o ápice do 3º mundo: durante o anúncio da 4ª colocada, com a 5ª já posicionada no placo, os apresentadores pedem desculpas alegando ser um programa ao vivo, pois haviam divulgado resultado errado, passado indevidamente pela produção (uauauauauauaua)! Em seguida, anunciaram o correto e daí a coisa complicou de vez, pois a 5ª colocada era outra, com a que foi anunciada inicialmente sem saber se voltava ou não para o seu lugar. No fim das contas, ela voltou para o lugar e ficou em 2º!!! De 5º para 2º!!!

Anunciada a vencedora (pelo menos bonita), nos resta apenas aguardar o Miss Brasil que será em SP, em Abril, torcendo para que ele, se não escolher uma Miss bonita, seja pelo menos tão engraçado quanto o Miss RJ!!!

+ Aroeira e a Dengue


quarta-feira, 26 de março de 2008

A Volta da Mad

Leia aqui uma pequena entrevista com o Ota, eterno editor da Revista Mad, que volta as bancas esta semana. Ota fala das diversas edições da revista no Brasil, perfil dos leitores e da relação com a edição americana. Aproveitem!

terça-feira, 25 de março de 2008

(Aroeira) E a Dengue...

Simplesmente impressiona o ritmo da Dengue. Impressiona também o descaso das autoridades, deixando a situação chegar ao ponto que chegou. É claro - embora nem todos venham a admitir - que a população também tem culpa na situação, uma vez que educação não é o nosso forte, nem tampouco consciência social. Numa união perfeita de falhas, a de uma população relaxada com autoridades que pouco se importaram, temos aí o quadro caótico do Rio de Janeiro. Todo mundo vê esse filme todo ano, todo mundo sabia, mas ninguém se mexe... O mais fantástico de tudo é ver entrevistas na mídia onde o Estado diz que a culpa é da Prefeitura, que por sua vez diz que a culpa é do Governo, como sempre acontece em qualquer catástrofe nesse país: a culpa e responsabilidade não são de ninguém. Isso só reforça o quanto somos donos do 3º mundo... Só mesmo o Aroeira para ver essa situação como ela realmente é: tragicômica, porque contando, ninguém acredita!





quinta-feira, 20 de março de 2008

Desafio Rock Star

Geralmente, vemos nossos ídolos como seres divinos, tamanha nossa admiração. É claro que isso é um engano, pois antes de tudo, eles são seres humanos como todos nós, diferentes apenas no talento, reconhecimento e exposição. Uma prova disso é o vídeo abaixo, onde o vocalista George "Corpsegrinder" Fisher, fala sobre seus momentos de lazer: esposa, filhos, Disney, pesca, futebol americano e o jogo on line Warcraft. Nada disso seria de espantar, se George não fosse o vocalista do Cannibal Corpse, uma das mais brutais bandas de Death Metal do mundo. Para quem já viu alguma performance da banda, é simplesmente hilário ve-lo conversando normalmente, principalmente ao falar animadamente sobre o Warcraft, onde se mostra um jogador fervoroso. O desafio (mesmo para quem não entende Inglês) é: conseguir contar quantos "Fuck" ou "Fucking" são ditos quando George começa a falar do jogo! Boa Sorte!

terça-feira, 18 de março de 2008

Sem Trânsito

Dando continuidade a série "Do que jeito que somos, nunca chegaremos a 1º mundo", gostaria de expor aqui minha perplexidade com o que está contecendo com o nosso trânsito de um modo geral, combinado com o tratamento das autoridades (?) ao transporte público. Ocorre que, tal qual São Paulo, estamos quase parando. Claro que ainda não chegamos ao caos estático da terra da garoa, mas estamos a passos largos para chegar lá. A cada dia que passa, fica mais difícil se locomover pela capital carioca sem se deparar com enormes congestionamentos, face a imensa quantidade de carros na frota atual. Enquanto nosso glorioso governo só pensa no quanto melhorou a vida do povo liberando crédito a perder de vista, nada é feito no sentido de criar-se soluções urbanas para o nó que esta o trânsito. Não basta comemorar a facilidade de compra de automóveis, é preciso pensar em como acomodar a frota sem que tudo pare, ou melhor, pensar em um sistema de transporte público bom o suficiente que faça com que todo mundo não tire o carro de casa ao mesmo tempo, indo para o mesmo lugar.

É óbvio que o transporte urbano no Rio de Janeiro apresentou sensível melhora de uns para cá, com carros mais modernos e refrigerados (emboras mais apertados). Apesar disso, a frota ainda é insuficente, o que força os proprietários de automóveis a retirarem os veículos das garagens e onerarem o tráfego cada vez mais. Mais carros, menos espaço e nenhuma estrutura, formam a trinca perfeita para um transito problemático. A Av Brasil, por exemplo, cada vez mais cedo pela manhã já apresenta um trafego numeroso, o que não acontecia há algum tempo atrás.

Com a insuficiencia do transporte público, tivemos o surgimento de um grande mal, e esse é o ponto ao qual queria chegar: kombis e vans. Eu chego a dizer que a situação hoje atingiu por ponto irreversível, tamanha a quantidade de carros destes tipos andandos pela cidade, quase na sua totalidades ilegais. Esse tipo de transporte conta com 3 vantagens soberanas sobre o transporte público:
1) São mais baratos;
2) Não seguem linhas regulares no que se refere a trajeto, sendo flexíveis o suficente para serem mais rápidos que os onibus comuns, por exemplo;
3) Tem uma oferta muito maior.
Isso foi suficente para que a população os abraçassem com todas as forças, fazendo com que as empresas de ônibus amargassem prejuízos constantes, face a migração para o transporte alternativo.

O problema é que o governo deixou a coisa chegar a um tal que é praticamente impossível reverter o quadro atual. Por conta disso, as diversas ações do Detro pela cidade para coibir o transporte ilegal me parecem atitudes caça-níquel, uma vez que as multas são altíssimas. Apesar do grande número de multas e apreensões, o problema está longe de ser resolvido. Kombis e Vans também contribuem para as estatísticas de veículos no transito, e pior, de maneira perigosa. Não é raro ver acidentes fatais envolvendo este tipo de transporte, uma vez que a "independência" de trajeto faz com haja verdadeiras "corridas" para ida e volta, na expectativa de maior faturamento em mais viagens. Para se ter uma idéia, basta observar o verdadeiro balé que ocorre na pista seletiva da Av Brasil, onde vans entram e saem da pista para driblar os radares, nem sempre com a maior cautela do mundo.

O problema é complexo: envolve governo, educação no trânsito, oportunidade de trabalho, legislação eficiente e punitiva, corrupção e um monte de outros fatores entranhados em nossa sociedade, com poucas possibilidades de mudança ou evolução. Enquanto isso, não saímos do 3º mundo, nem no trânsito, porque ele não anda.

Vídeo da Semana: O.M.D. "Pandora´s Box"


Para quem curtiu as danceterias nos anos 80/90, o nome Orchestral Manoeuvres in the Dark pode não significar nada, mas a sigla O.M.D. remete direto ao grande sucesso da música "Pandora´s Box" nas pistas de dança. Com uma bela batida e um refrão bem bacana, essa música faz parte daquele seleto grupo de músicas que marcaram a vida de muita gente, pois relembra uma época em que o pop eletrônico de bandas como Erasure, New Order e Depeche Mode dominavam as paradas com verdadeiros hinos. Iniciado em Liverpool, em Agosto de 1978, o O.M.D. foi fundado por Paul Humphreys e Andy McCluskey, que sempre constituíram o núcleo duro do grupo, que durou até 1989. "Pandora´s Box" nasceu após essa separação e aparece no album "Sugar Tax", de 1991.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Rolling Stone: Arthur Virgílio x Ideli Salvatti



A revista Rolling Stone, que já há algum tempo vem sendo publicada no Brasil e ocupa muito bem (melhor até) a vaga deixada pela finada Bizz, traz, entre notícias do mundo da musica, coisas do mundo louco da política. Nesta edição vem com duas entrevistas curiosíssimas pelo seu antagonismo, apesar do assunto em comum: o governo Lula.

Um é o principal inimigo de Lula no Congresso e o outro, a mais impulsiva defensora petista. Juntos, resumem bem o que é a política nacional: os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Ideli Salvatti (PT-SC).
Lendo as entrevistas, pode-se chegar a triste conclusão que tanto oposição como governo hoje têm deturpados dos seus papéis dentro da política e da sociedade.

Arthur Vigilio é macaco velho e representa bem o que qualquer oposicionista é e faz na política Brasileira. É do contra a tudo que o governo propõe, critíca o Presidente e o PT, pede CPI, acusa a tudo a todos de corruptos, mas no fundo no fundo, tem o rabo preso como todos os outros. É um dos muitos que pede investigação de tudo, contando que o deixem de fora. Além disso, se vale dos holofotes da imprensa para aparecer e ganhar notoriedade (tanto que já se lançou como candidato a sucessão de Lula), fazendo muito barulho e levantando muita poeira a cada tema abordado. Teve papel fundamental na derrubada da CPMF (o que nos foi benéfico) e brigou muito pela CPI dos Cartões Corporativos (que não dará em nada), mas não consegue ter carisma como político, ou melhor, como político honesto, fato esse prejudicado pela fraca articulação da oposição. Vigílio não é um líder, apenas o que mais aparece, o que é diferente. Não há uma unidade de pensamento e ação na oposição - afinal, cada um tem um interesse diferente - e isso impacta em ver Vigílio como o coordenador de uma cruzada de moralização do governo e da política como um todo. Lendo a entrevista, o leitor se encanta com toda a verbologia do senador, exaltando tudo de errado que acontece hoje no governo Lula. Entretanto, todo o verbo gasto hoje como oposição - e isso se aplicará a ele, com certeza - , fatalmente não se converte em ação quando governo, sendo Lula e o PT provas vivas disso.

Na entrevista da senadora Ideli, a situação é ainda mais grave, pois ela é atingida pelo mal do qual padece a maioria dos Petistas: acham Lula um Deus intocável, o verdadeiro Messias do Brasil e os seguidos escândalos de corrupção de sua administração um mero e simples detalhe. Só conseguem repetir que o governo atual melhorou a condição de vida do povo, melhorou moradia, escola, educação, saúde e só não faz mais porque os incrédulos e hereges da oposição não deixam. Chega a ser chocante como ela fala das realizações do seu presidente, se limitando a dizer que é "desgastante" lidar com seguidas CPI´s e divulgações pela imprensa dos inúmeros escândalos, sem mencionar o aparelhamento do Estado, o inchaço da máquina pública e outros assuntos delicados e constrangedores. Mas o pior mesmo é a afirmação de que "se a maior parte do que a imprensa publica fosse verdade, o Lula teria caído e o Brasil acabado", o que mostra o disparate que é a mentalidade da quadrilha em que se transformou o PT, a ponto de questionar o que a imprensa publica e prova com dados e mais dados como inverdade.

No fim das contas, todos são uma a coisa, fazendo parte do mesmo balaio de gatos onde governo e oposição só vêem seus interesses, que não são os mesmos do povo. Eles só confirmam a minha tese: "Se o Brasil der um passo, cai num abismo".

quinta-feira, 13 de março de 2008

Mi Casa no Es Su Casa


A medida que o tempo vai passando e as coisas vão acontecendo, a cabeça da gente viaja na quantidade enorme de fatos, notícias e informações que recebemos a cada momento. Numa dessas viagens, cheguei a seguinte teoria: se toda a população brasileira, de uma única vez, ficasse toda inteligente e consciente, o governo atual não duraria mais uma semana no poder. Ao meu ver, a única hipótese plausível para tanta vista grossa da população para as coisas que acontecem Brasíla e no restante do país, é a mais pura burrice combinada com a ignorância. É ÓBVIO que o povo não tem culpa, pois a ignorância é passada de geração a geração pelos próprios governos, no objetivo de perpetuá-la e manter o poder. Ao meu ver, nossa culpa é a continua omissão, a falta de vontade de mudar. Como isso é outra história, vamos ao que interessa: não nos bastassem os problemas de corrupção, roubalheira, mau uso da máquina e dinheiro públicos, demagogia barata, falsas promessas, entre outras coisas, agora também temos de aturar um presidente e governo ineptos na diplomacia com outras nações.

Passada a crise na América do Sul (será?), já temos um novo exemplo de incompetência diplomática: a posição da Espanha em deportar, não antes sem constranger, qualquer brasileiro que tente aportar no país. É claro que é inadmissível o que está sendo feito por lá, com brasileiros esperando por até 24, 48 hs em salas fechadas, sem água e comida, o momento da deportação - isso é absurdo, desumano e pior, descortês com um visitante. Entretanto, precisamos observar a coisa pelo prisma da Espanha, ou seja, os reais motivos desse bloqueio.

Antes de tudo: a Espanha não é Brasil, ou seja, lá não é a bagunça que é aqui. O embargo se deve a pressão que a oposição (lá ela funciona!) fez ao governo Espanhol com relação a imigrantes e seu peso econômico ao estado pela ilegalidade, principalmente no mercado de trabalho, ocupando postos destinados aos espanhóis. Daí as restrições severas a entrada de brasileiros, que são a grande maioria irregular no país. Se o motivo é plausível (apesar da desastrosa execução), o governo Brasileiro deveria ser hábil o suficiente em discutir a questão e apurar os reais parâmetros para a entrada legal de Brasileiros no país, sem risco de deportação. Entretanto, a primeira reação foi a utilização da "reciprocidade" entre as nações. Em miúdos, trata-se de um simples "se você não me deixa entrar aí, você também não entra aqui". Foi patético ver, na TV, o momento em que um espanhol era obrigado a ouvir um discurso, digno de nações do 1º mundo, do representante da Polícia Federal. Quem ouvia aquilo imaginava que o pobre do espanhol estava tentando entrar no país mais organizado do mundo. Para se assumir uma postura dessa em relação a imigração, o Brasil precisa mudar muito. Qualquer um sabe que nossas fronteiras são uma festa para contrabandistas e traficantes, e que temos controle deficiente sobre elas. De nada adianta a rigorosidade dos aeroportos quando temos pistas clandestinas e fronteiras terrestres abertas, e é isso que torna patética nossa reciprocidade: não temos o mesmo rigor e controle deles.
Numa visão macro, a tendência que coisas tipo aconteçam com mais e mais frequência, não só na Espanha. Inglaterra e EUA já são famosos pelas restrições a entrada de imigrantes e turistas, o que se reflete na União Européia, que também vem se blindando como um todo. Temos de levar em consideração também a onda terrorista que assola o mundo, o que obviamente aumenta os esquemas de proteção das nações. Como aqui não se tem nada disso (organização e medo terrorista), tendemos a nos chocar com estas atitudes, criticando-as sem saber. O problema é quando isso parte do governo, que é quem mais deveria saber sobre o assunto como lidar com ele, sem parecer uma criança que ficou sem o brinquedo e agora faz manha.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Vídeo da Semana: Van Halen "Jump"


Se Rock n´Roll é sinônimo de divertimento, o Van Halen foi uma das bandas mais divertidas do mundo. Com um som pesado na medida certa, calcado na guitarra do gênio Eddie Van Halen e nos vocais do show man David Lee Rot, o Van Halen fez sucesso e alcançou o topo das paradas no mundo todo. Apesar do retorno da banda estar em andamento, os tempos gloriosos ficaram para trás, mas não sem deixar o nome da banda gravado na história do Rock. "Jump", do album "1984" (não preciso dizer o ano, preciso?) é um dos maiores sucessos da banda, e traz curiosos teclados tocados por Eddie no lugar da guitarra, o que mostra o quanto a banda era boa e criativa. Destaque, no clipe, para as piruetas de David Lee Rot, bem ao estilo americano...

Fotos Batman The Dark Night

Fotos sensacionais do novo filme do Batman: vai arrebentar!!!






quinta-feira, 6 de março de 2008

quarta-feira, 5 de março de 2008

Reflexões do Big Brother


Não assisto Big Brother, não sei o nome das pessoas direito, mas mesmo assim acabo sabendo das notícias, pois na Internet as manchetes são sempre desse negócio. O cara foi no banheiro soltar um barro e na mesma hora, on line, em tempo real, só faltam transmitir o cheiro do banheiro onde o cidadão está evacuando. Males da modernidade. Mas mesmo sem assistir - já me cansou, pois é sempre a mesma coisa - as notícias que chegam até mim desta 8ª edição (será que ainda vai ter mais?) me deixam estarrecido. Fico simplesmente embascado com a importância psicológica que se dá a esse negócio, como se o programa fosse tão severo quanto um treinamento do BOPE, quando na verdade não passa de um spa de alto luxo, com bebida e comida farta, mulheres para os homens e homens para as mulheres e o que é melhor: sem trabalho!!!

O primeiro ponto interessante é o fato de que ninguém se conhece (pelo menos na teoria) e a medida que o tempo passa, juram amor ou amizade eternos, como se estivessem em um campo de batalha e a única opção de sobrevivência fosse um ter ao outro. Trata-se de um jogo, e muitas das vezes este amor ou amizade não resistem a uma ida para o paredão, onde se transformam em frustração e desapontamento. É mais curioso ver a reação dos "amigos" que vêem parceiros partirem da casa. Não se sabe se o desespero e o choro são porque o amigo que vai embora será fuzilado (o tal "paredão") ou se quem fica é que será condenado a um tormento insuportável. Já vi alguns vídeos de verdadeiro inconformismo, que me deixaram até preocupado, tamanha a aflição. Agora, a real de quem sai é ver família, amigos, namorada(o)s, cachorro, papagaio, ganhar dinheiro, posar pelada(o), menos ficar se preocupando com quem ficou. Mesmo porque esse que ficou provavelmente vai ganhar mais dinheiro do que esse que saiu, concordam? Não tem nexo.

Outra coisa: jogo é jogo, jogo tem regras. Se todos sabem as regras, e elas dizem que alguém vai sair a cada semana, para que aquela presepada psicológica de "será que dessa vez sou eu?", "será que alguém vai votar em mim?"? Uma hora todos vão e pronto. E aí começam as atuações, sendo que isso é negócio para ator, e isso nenhum deles é. O problema é que o público parece não perceber isso, e acredita nos papéis e no roteiro que está sendo seguido. Ou será que é natural uma das garotas perguntar para um dos caras "Vc já comeu um cú?"? Ou ainda arriar as calças na frente dos outros, falar que gosta de apanhar de homem e etc. Bom se falar isso na frente de um país inteiro é normal...

Mas o que dá o tom dessa bobeirada toda é o Pedro Bial e a edição do programa. O primeiro é um mala sem alça, principalmente nos paredões, onde faz aqueles discurssos dignos do Fausto Silva, onde ele baba o ovo dos emparedados de tal modo que eles passam a ser dignos do Nobel da Paz, de tão bons. Se torna bizarro, pois não é raro ele fazer isso para pessoas vazias e fúteis, que em nada se parecem com o quadro pintado. Quanto a edição, essa é tendenciosa e exalta os pontos altos de cada interpretação, fortalecendo o personagem que cada um escolheu. Desso modo, configuram-se o mocinho, o vilão, a galinha devassa, a inocente burra, o gay (que agora aparece ser obrigatório), a descacetada e pro aí vai. E o público embarca.

Particulamente, acho um programa já desgastado e que só está se repetindo a cada ano. Como nossa TV aberta é bisonha, ficamos a mercê, sem opção. Apesar do que, opção temos: não assistir. Mas pelos números do último paredão - 64 milhões de votos - tem muita gente que não pensa assim.

Iron Maiden no Brasil

Uma coisa que sempre me fascinou no universo do Heavy Metal, além da música, é claro, é a produção de palco de determinadas bandas, o que deixa o espetáculo mais grandioso ainda. Neste caso, o Iron Maiden sempre se destacou, uma vez que cada turne da banda sempre teve um palco com a temática do album promovido. Na recente passagem da banda pelo país, tivemos a oportunidade de ver a "Somewhere Back In Time Tour 2008", onde a banda foca nos clássicos da fase "Powerslave"/"Somewhere In Time"/7th Son of a 7th Son", ressucitando a produção de palco da época (semelhante a que vimos em 1895 no Rock In Rio I, do album "Powerslave"). Apesar de todos serem cinquentões, a banda esbanjou energia e fez um show espetacular em SP. Como não fui, me resta apenas apreciar o vídeo (reportagem do Fantástico, da Globo) e as fotos...




A Crise Sul Americana

Vou ser muito sincero: não é a iminência de uma guerra na América do Sul, por conta dos conflitos entre Equador, Colômbia e Venezuela, que me assusta. O que me assusuta é o que esse governo Lulesco que nós temos venha a fazer ao tomar parte no conflito. Se o Lula não consegue administrar o que está dentro das fronteiras do Brasil, imaginem então como seria com o que está fora. Se aqueles que teoricamente lhe devem obediência (leia-se ministros, prefeitos, governadores, deputados, senadores e mais um monte de gente) não o fazem, quem dirá aqueles que não lhe devem nada e que, em outras oportunidades, já cagaram (desculpem, mas vou usar esse termo um monte de vezes aqui) na cabeça do nosso dignissímo mandatório.

A mediação de conflitos armados envolvendo nações diferentes não é algo a ser tratado pelo estilo brasileiro. Habilidade política, bom senso, bom trânsito e uma certa influência sobre as nações envolvidas são requisitos primordiais. Entretanto, não temos nada disso. Para tratar de um requisito apenas, influência nos é nula por aqui. Desde que assumiu a presidência do Brasil, Lula tenta se colocar como uma liderança na América do Sul, tentando deixar sua marca na história não só como um metalúrgico que virou presidente, mas que também se firmou como um grande líder (uauauauauauauauauauauauauauauauauauauau!!!!! desculpem.... não pude me conter). Os inúmeros encontros que já teve com presidentes sul americanos desde que assumiu o poder não resultaram em nada consideravelmente prático ao Brasil, a não ser a manutenção do relacionamento já existente, apesar das constantes traições de Hugo Chavez e Evo Morales, que volta e meia conversam um a coisa com Lula e depois, fazem outra completamente diferente. Esse é o ponto: Lula não é visto como líder, não tem a influência necessária, não tem habilidade política, restando-lhe apenas o trânsito entre as nações, pois é cordial (leia-se sem pulso) com todos a sua volta.

Com o clima ruim entre Equatorianos e Colombianos, Mula, digo Lula, enxerga aí a oportunidade de aparecer e realizar sua ambição. Não que não haja necessidade de atuação brasileira: isso o há, e muito, pois temos interesses comerciais, políticos e na paz em si com os envolvidos. A questão é como isso será feito. Se a habilidade de Lula e sua equipe de ministros e embaixadores for a mesma com que os inúmeros escândalos de corrupação que surgiram até hoje foram tratados, estamos roubados. Se a habilidade for a mesma com que foi tratada a questão do Gás Boliviano e a posição ditatorial de Evo Morales, piorou. Se for a mesma com que é controlado o uso dos cartões corporativos, f**** de vez. Querer por ordem na casa dos outros quando se vive na bagunça, é inviável, principalmente sem ser convidado para isso.

Mas o pior mesmo é se a guerra chegar: Hugo Chavez tem as mesmas pretenções de liderança de Lula e não foi a toa que tomou as dores do Equador. O problema é que desde assumiu o poder na Venezuela, Chavez tem investido pesadamente na compra de armamento militar, ao passo que nosso Brasilzinho tem suas forças armadas que não têm nem dinheiro para o soldado almoçar no quartel, têm armamento sucateado e patrulhamente deficîente das fronteiras (onde os traficantes de drogas e muambeiros fazem a festa). Isso sem falar nas tropas enviadas para o Timor Leste, que foram a aposta de Lula para conseguir uma vaga no conselho da ONU, mas que de nada adiantaram, a não ser para gastar o dinheiro do contribuinte e se envolver numa guerra que não é nossa.

Dos males, não há um menor: Lula pensa que é líder, Chavez acha que não é maluco e o povo brasileiro acha que não tem nada haver com isso...

Vídeo da Semana: US3 "Cantaloop (Flip Fantasia)"


Taí uma música que eu sempre achei espetacular e que data da época em que o Hip Hop americano (apesar do US3 ser Londrino) era baseado em samples de músicas conhecidas ou não, o que gerava grandes controvérsias sobre a questão de apropriação de obras alheias sem autorização, os chamados "direitos autorais". Com o passar do tempo e a evolução do estilo, que incorporou uma gama de batidas e efeitos diferentes, o sample ficou em segundo plano. Entretanto, o US3 e o disco "Hand On The Torch", de onde saiu este hit, calcou seu trabalho em samples de Jazz de artistas da gravadora Blue Note Records, gerando um trabalho original e de sucesso no mundo todo. Um detalhe curioso: o grupo teve problema com os direitos autorias das músicas utilizadas, sendo que a Blue Note Records, ao conferir o resultado do trabalho dos caras, enxergou longe, não os processou e acabou contratando o grupo.


Ela Voltou!!!!!!

Débeis Mentais de plantão, alegrem-se!!!!! Ela voltou! A revista mais imbecil do planeta voltou a ser publicada aqui no Brasil (acho que essa será a 4ª série dela, se não me engano), dessa vez pela editora Panini (que publica no Brasil, entre outros, os títulos da Marvel e da DC Comics). A Panini anunciou nesta terça-feira a volta da revista MAD pela "mixaria" de R$ 5,90 e garante a nós (sim, eu incluso!) leitores que gostam de jogar dinheiro fora, momentos do mais puro besteirol, marca registrada da publicação. Veja a capa do número 1 logo abaixo.

Charges Geniais!

Desde o início deste blog que eu venho colocando charges muito legais aqui (vide as duas no post anterior sobre o Flamengo), feitas pelo cartunista Aroeira, que publica diariamente no jornal O Dia. Gosto muito do trabalho dele, seja pelos desenhos bem feitos, seja pelas sacadas geniais utilizando fatos e personalidades em evidência. Abaixo coloco duas em especial que me fizeram rir muito! Uma é sobre a atual situação do Eurico Mirando no Vasco (já está indo tarde!!!!!!!!) e a outra explica o motivo do governo ter ficado tão desesperado com o sumiço dos laptops da Petrobrás... rsrsrsrsrsrsrsrs